Muitos já se perguntaram por que reservar cotas para a entrada de negros na universidade. Não somos todos iguais perante a lei? E os negros? Não se sentiriam inferiorizados diante de tal favorecimento? Existe racismo no Brasil? Estas e outras questões foram trazidas para a palestra do dia 12 de maio de 2007, conduzida por André Damasceno, representante da ONG Educafro - Rio. O evento aconteceu no Colégio Estadual Padre Anchieta, em Santa Cruz da Serra.
O palestrante André traçou um histórico da população afro brasileira, mostrando que o negro foi privado de moradia, propriedade e salário por mais de um século. A mão-de-obra escrava foi substituída pela do estrangeiro que migrava para o Brasil, no século XIX. Após o trabalho escravo, o negro foi excluído da sociedade, completamente desamparado. O resultado foi o empobrecimento desta etnia e o acirramento do preconceito de cor. "O que se procura agora é corrigir parte desta distorção", conforme explicou André.
O palestrante frisou que estas Ações Afirmativas têm tempo limitado:"Essas medidas cessam tão logo se verifica que não são mais necessárias". "Quando as estatísticas mostrarem uma situação mais equilibrada da participação do negro na sociedade, as cotas passam a não mais existir", esclareceu o representante da Educafro.
Ao final os participantes forneceram seus depoimentos, formularam perguntas e expuseram suas opiniões, o que enriqueceu o encontro. Mostrou-se mais uma vez que o povo se interessa por assuntos importantes como este e que gosta de refletir sobre os problemas sociais que o envolvem.